Aprendizagem ativa atrai crianças para a ciência


Aprendizagem ativa atrai crianças para a ciência


Milhares de crianças irão estar em breve a fazer perguntas quando o modelo de aprendizagem ativa chegar às aulas de ciências por toda a Europa, alterando completamente o modo tradicional do ensino da ciência. O projeto pan-europeu INQUIRE é uma iniciativa fascinante de formação de professores desenvolvida por um consórcio de 17 jardins botânicos, museus de história natural, universidades e ONGs.



Coordenado pela Jardim Botânico da Universidade de Innsbruck, Áustria, e com o apoio da BGCI (Botanic Garden Conservation International), sedeada em Londres, o INQUIRE é uma ação de formação profissional contínua aplicada, com a duração de um ano, orientada para professores de 11 países europeus. O seu foco em aprendizagem ativa no ensino das ciências (IBSE – inquiry based science education) reflete um consenso na comunidade do ensino das ciências de que os métodos IBSE são mais eficientes do que os atuais métodos de ensino. Em Portugal este projeto está representado por dois Jardins Botânicos, o da Universidade de Lisboa e o da Universidade de Coimbra. O Jardim Botânico do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa planeia envolver até 30 professores e 900 estudantes no método IBSE.

O método IBSE ajuda à reflexão e é atualmente considerado elemento-chave para desenvolver a literacia científica dos alunos. Isto porque leva as crianças a colocar questões sobre ciência, permitindo aumentar a perceção de fenómenos e a compreensão de conceitos científicos. Enquanto que os métodos de ensino tradicionais falharam em atrair muitos estudantes, principalmente nos países desenvolvidos, o método IBSE oferece excelentes oportunidades para um ensino e uma aprendizagem eficazes e agradáveis. Este método oferece ambientes estimulantes para os estudantes explorarem a sua aprendizagem em situações reais. O conhecimento é construído através do teste de hipóteses, da discussão com os professores e colegas, e com uma interação direta com os fenómenos científicos. Ao promover uma abordagem prática, hands-on, o método IBSE pode levar a uma compreensão minds-on dos conceitos científicos.

As instituições parceiras do projeto INQUIRE irão oferecer formação e apoio na aplicação do método IBSE a professores e educadores, ajudando-os a ser participantes ativos. O King’s College de Londres, Reino Unido, e a Universidade de Bremen, Alemanha, duas instituições europeias de referência em investigação em educação em ciência, serão parceiros fundamentais do projeto para a disponibilização de métodos e assessoria na interpretação de padrões.

A perda de biodiversidade e as alterações climáticas a nível global, entre os grandes desafios científicos e políticos da nossa era, são as temáticas centrais do projeto INQUIRE. Após a formação disponibilizada pelo projeto, os professores serão encorajados a encontrar abordagens atraentes, inovadoras e práticas sobre os temas referidos, aplicadas a sistemas de educação formal e não formal, neste último por aprendizagem fora da sala de aula (LOtC – learning outside the classroom).
 
O projeto INQUIRE será apresentado pelos seus parceiros através dos canais de formação profissional contínua dos respetivos países e das redes informais de formação. Encontra-se em fase de construção um sítio da Internet que se pretende interativo para promover o método IBSE e encorajar o diálogo entre parceiros do projeto e professores. O sítio da Internet irá também mostrar as boas práticas publicadas em outros sítios da União Europeia e destacar os resultados da investigação feita pelos professores e educadores participantes.

Ao dar as boas vindas ao projeto INQUIRE, a Diretora de Educação da BGCI, Júlia Willison afirmou: “Esta é uma oportunidade única para tornar a aprendizagem da ciência excitante e relevante para crianças de toda a Europa. É especialmente algo que pode travar o preocupante declínio observado no número de estudantes que optam por estudar ciência ou seguir uma carreira científica – precisamente na altura em que mais precisamos!”

Fonte: http://www.cienciapt.net/pt/index.php?option=com_content&task=view&id=103307&Itemid=344

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