Formação de Professores
A disciplina Ciências Naturais foi homologada no currículo escolar nacional desde lei da LDB 4.024/61, no entanto a normalização de professores ocorreu somente na década de 70 (MAGALHÃES JUNIOR; OLIVEIRA 2005, p. 1), há uma ligação a valorização da educação quando existe uma valorização do profissional da educação através das políticas públicas e da consagração do ensino básico público e gratuito, Libâneo et al. (2007, p. 129, 130) comenta sobre essa falta de valorização:
As conseqüências da inversão de prioridades estariam, por exemplo, no abandono da democratização do acesso e da permanecia de todos na escola básica em nome da qualidade do ensino. A qualidade do ensino que diminui os índices de evasão e repetência, mas não consegue incluir efetivamente todas as crianças e os jovens na vida escolar da educação básica. Outra conseqüência diz a respeito ao descompromisso do Estado ao descentralizar ações para a comunidade, desobrigando-se de manter políticas públicas, especialmente as sociais, e repassando encargos para outras instâncias administrativas institucionais, porém sem poder decisório.
Assim pode-se resumir a postura do Estado ao decorrer do tempo com a formação do professor de Ensino de Ciências na escola básica. A partir do golpe militar em 64, houve o incentivo a profissionalização na escola média, atropelando a consolidação do ensino fundamental que passou a ser de oito anos e o ensino médio obrigatoriamente profissionalizante na Lei 5.692/71. Houve um aumento quantitativo não acompanhado do qualitativo, em razão do grande crescimento da rede escolar teve que sofrer com o comprometimento da qualidade dos serviços prestados, do magistério e a por fim a desvalorização do professor foi aplicada um padrão cruel:
A ampliação das vagas deu-se pela redução da jornada escolar, pelo aumento do número de turnos, pela multiplicação de classes multisseriadas e unidocente, pelo achatamento dos salários dos professores e pela absorção de professores leigos. O trabalho precoce e o empobrecimento da população, aliados às condições precárias de oferecimento de ensino, levaram à baixa qualidade do processo, com altos índices de reprovação (LIBÂNEO et al. 2007, p. 144).
Na lei 4.024/61 junto com a criação do Ensino de Ciências Naturais para o Ensino Básico, foi estipulado um “currículo mínimo” para a formação de professores que eram as antigas “Escolas Normais”. Na promulgação da lei 5.692/71 foi instituída a educação profissional média, o Magistério foi instituído para a docência em Ciências no Ensino Básico, muitas universidades formaram um currículo de curta duração em ciências de forma integrada, após as tornavam plenas a partir de complementação com uma área das Ciências, assim os professores tinham uma boa formação para o ensino fundamental, mais nem tão boa para o ensino médio (MAGALHÃES JUNIOR; OLIVEIRA 2005, p.1). A partir da LDB/96, lei 9.394/96, determinar que para o Ensino de Ciências para o Ensino Básico dever através de licenciados de nível superior, uma recente conquista, uma vez que foi dado um prazo na LDB de dez anos para fazer adaptação do sistema educacional. No entanto, as universidades preferiram manter os cursos específicos de ciências, iniciando uma carência em licenciatura de Ciências para o Ensino Fundamental. Compreende como licenciatura para o Ensino Fundamental de Ciências Físicas (compreendendo a Física, Química, Geologia e Astronomia) e as Ciências Biológicas (compreendendo a Biologia Geral, Zoologia, Botânica). No ensino para as série iniciais foi instituído o curso de Pedagogia ou os cursos Normais Superiores. O Ensino de Zoologia no 7° ano do Ensino Fundamental é lecionado por licenciados em Ciências Naturais e Biologia, na sua maior parte são os licenciados em Biologia (MAGALHÃES JUNIOR; OLIVEIRA 2005, p. 2), que não tem a formação nas áreas da Física e da Química para o 9° ano do Ensino Fundamental.
No PCN recomenda-se a formação inicial e a formação continuada junto à adequação de metodologias e novas tecnologias, em especial as de comunicação. Elementos que tem se construído principalmente a partir da ampliação das pós-graduações em Ensino de Ciências em especializações, mestrados e doutorados (NARDIR, 2007).
Na 55° Reunião da Sociedade Brasileira de Progresso para a Ciência – SBPC – com tem “Ensino de Ciências” faz uma carta publica, propõem melhorias para a formação de professores de Ciências:
a) Curso de Pedagogia - falta de espaço para tratamento dos conteúdos específicos durante a formação inicial, inclusive maior reflexão sobre a concepção da ciência que permeia o currículo.
b) Ciências - Falta uma identidade – assume-se que quem se prepara para alguns cursos acaba se preparando – automaticamente - para ensinar ciências para crianças, o que é falso. O curso deve ser assumido pela instituição em suas especificidades.
c) Como regra geral, os cursos de bacharela do são mais valorizados do que os de licenciatura, embora os estudantes acabem se licenciando e dando aulas.
d) Cursos de formação inicial, como regra, estão distanciados da realidade da educação básica;
e) Falta contanto mais próximo com tecnologias da comunicação no curso de formação inicial;
f) Universidades e centros de formação interagem pouco com os sistemas de ensino.
REFERENCIAS
CODENOTTI, T. L. Projeto de ensino de zoologia com extensão sócio-educacional. Dissertação de Mestrado. UNICAMP, 1979.
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estruturas e organização. – 5.ed. – São Paulo: Cortez, 2007.
NADIR, R. A área de Ensino de Ciências no Brasil: fatores que determinam sua constituição e suas características segundo pesquisadores brasileiros. Em NADIR, R. (org). A pesquisa em ensino de ciências no Brasil: alguns recortes. – São Paulo: Editora Escrituras, 2007.
SBPC. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Jornal da Ciência. Acessado em <http://www.jornaldaciencia.org.br> em 05.09. 2009.
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